Esperança


(...)

Um mundo de magnetismo e milagres

Pensamentos emanavam constantes e sem
fronteiras...

O soar do sino da divisão começou!

(...)

Alcançamos as alturas inebriantes daquele mundo de
sonhos

(...)

Existe uma fome não satisfeita

(...)

Nossos olhos desgastados ainda fitam o horizonte

(...)

Para sempre e sempre!...

Frases soltas da letra da música que se ouve em fundo

No fundo no fundo...

No fundo no fundo...
... eu quero-te!
Tu é que não vês
Que o meu querer
É sinónimo de dar-te
Tudo o que de mim sou
E sou como sou
Igual a mim
Sendo o que sou
Desigual de quem quer que seja
Não deixando de ser quem sou...
E tu não vês
Porque não queres
Ou porque tens medo
Medo de me perder
Talvez...
Mas uma coisa te digo
No fundo no fundo...
Eu quero-te!

Às vezes... o relógio tem ponteiros vagarosos...


O relógio marca a hora
De um tempo em compasso
De espera...
Uma espera que dita
O momento que antecede
A hora marcada...
Os ponteiros que se movem
Vagarosos
Sem pressa...
Tic tac... tic tac... tic tac...
O coração que bate
Num constante bum... bum...
... descompassado...
Nos derradeiros minutos
Nervosos
Da longa espera
Pelo ultimo segundo
Que não tarda...
Da hora que tanto se espera!
Àquela hora... o relógio não se enganou
E marcou...
... a hora certa!...

Vultos que deambulam em busca do nada...

São as sombras que se arrastam na noite escura...
A vida que não se vive
Enquanto a dos outros adormece...

São as almas sem rumo
Que se passeiam pelo infinito
Do deserto das suas vidas... perdidas...

Fruto das escolhas malditas!...

Mais uma noite
Mais uma penitência
Mais um festejo de dor... sem amor...

E lá vou eu pela rua
Absorto... meio morto...
Vou de encontro a abismos... esquecidos...

Acho que me perdi no caminho
Não sei o que faço aqui...
Só sei que me perdi... de mim...

Avisto a morte ali ao fundo
A única certeza que me resta
Desta vida que não tenho

Perdi tudo... tudo...
Fiquei sem nada... um farrapo de gente
E ela não tarda!...

Nada mais interessa...



Nada mais interessa…

Nem as noites em que não dormia… fingia…

E as lágrimas embaçavam as janelas da fantasia

Nada mais interessa…

Onde o ontem se misturava com o amanhã

E a realidade do hoje doía… e como doía!...

Mas o sonho permanecia…

Nada mais interessa…

Só aquele pequeno instante

Em que um olhar se perde no infinito…

Nada mais interessa…

Apenas o hoje… o agora…

A alma sonha...

E o sonho comanda a vida!…

Nada mais interessa...

Pensamento... antes ou depois do sentimento?


"Metade dos erros da nossa vida, vêm do facto de que sentimos quando deveríamos pensar e pensamos quando deveríamos sentir."

Quem seria eu
Se não sentisse
Como sinto
Aquilo que sinto?
Penso
Que se pensasse
Mais vezes
Naquilo que sinto
Não sentiria tanto
Como sinto!
Penso...
Sinto...
Não penso como sinto!
Não sinto como penso!
Ás vezes penso
Que não deveria
Sentir o que sinto
Mas... sinto!
Ás vezes sinto
Que se tivesse pensado
Antes de sentir
Não teria sentido!
Apenas pensado...
Penso
Que sou aquilo que sinto
Sinto
Sem pensar
Se penso...
... não sinto...

Tatuagem do Amor... eterno?



Um nome que te acompanhará sempre... até ao fim dos
teus dias!

Será que um dia não te arrependerás?
... nada é eterno!

Intensamente se gravam na pele

Memórias que ficam

Orgulhos que se exibem

Retalho do tempo…

Tatuagem eterna

Amores que se juram…

Loucuras da alma…


No escuro da minha vida...



Sombras no escuro da noite

Vozes que martelam sem parar

Bem no meio da minha cabeça…

Vultos que me acompanham a todo o lugar

Almas que me perseguem

E os outros…

Os que não vejo… mas pressinto…

O veneno que me querem fazer tomar

Que nas minhas costas derramam

Na comida que mais tarde despejo no lixo…


Fumo mais um cigarro

E outro...

Deito-me sem sono

Não quero dormir…

Levanto-me atordoada

Não sei se é Domingo…

Ou Quarta-feira…

Sou louca… eu sei…

E outra noite já caiu

E as sombras no escuro…

E as vozes que martelam

E os vultos

As almas

Que me enlouquecem…


Não vejo nenhuma luz

Só o escuro...

O negro... a cor da minha loucura!


Poema dedicado a uma alma perdida...

Que vagueia pelos escuros e tenebrosos caminhos da inquietante insanidade mental.

Momentos de alma nua...



Porque há momentos em que as memórias nos rasgam as vestes...
E nos deixam assim... nuas...
Nuas de tudo e de todos...
... ficamos com a alma absorvida...
E deixamo-nos cair nas fotografias que passam por nós...
E por um instante... a vida fica suspensa no espaço...
... e no tempo...

para sempre... jovem!


Ah... se eu pudesse!...
Permaneceria sempre jovem
Com pele macia e esticada
Cabelos longos e brilhantes
Corpo esbelto e vigoroso

Mas o tempo não perdoa...

E as primeiras rugas já vieram...

Mas há mentes velhas...
... em corpos jovens...
E há jovens com queixumes de velhos...

Sei que a metade da vida já se foi
E menos de metade me resta...
E de jovem não abdicarei
Enquanto a minha vontade o permitir!

Ser jovem... quem não quer?!
Pergunta a um velho se o gosta de ser...

Jovem para sempre... no espírito!

Enquanto eu viver...
... esta criança jamais poderá envelhecer!

Dança comigo este tango...


Vem… dança comigo…

Uma dança
Quente
Sensual….

… deixa-me agarrar-te
Guiar-te os passos
Rodopiar contigo…
Dobrar-me sobre ti

E tu sobre mim...

Escuta... em silêncio...

Sente... em suspenso...

Suspende... o tempo...

Desejo

Tremor

Fulgor

E quase...

… quase beijar-te…
Recomeçar
E repetir

Vezes sem fim…

Vem… dança comigo…
Até que os nossos corpos
Suados…

… de desejo e de cansaço
Nos obriguem a parar…

Um dia choras...


Nem sempre choras

Mesmo que tenhas vontade

Não consegues explicar…

Tens vontade

Estás triste

Tens raiva… mas controlas-te!

Mas há um dia

Em que não aguentas mais…

E choras!

Choras por aquela vez

Pela anterior…

E pela outra…

E a outra…

Não choras só por uma coisa

Choras por tantas outras já passadas…

Mas choras!

Alivias a alma…

Porquê?!...


Famílias destroçadas
Crianças órfãs... sós...
Que choram...
Perdidas
Estáticas
Apáticas...
No meio dos escombros
Do que restou das suas casas
Trapos no corpo
Meio desnudados
Choros compulsivos
Desespero
Tristeza estampada
Nos rostos dos que ficaram...
Fome
Sede
Frio
Morte
Medo
Vazio
Sangue espalhado
Cheiro a podre...
Noite a meio do dia
Esperança adiada
Dia após dia
De dias e noites
Sem fim
Guerras inúteis...
Porquê?!

Recuo no tempo...


Um aroma
Um lugar
Um gesto
Uma música...
Basta uma pequena coisa
Voltamos atrás no tempo...
E... revivemos os mesmos momentos...
Aquele perfume...
Aquela festa... aquela canção...
Visualizamos os mesmos rostos...
O tempo fica suspenso...
... como se não tivesse passado...
O peito enche-se e...
... quase explode de emoção!